sexta-feira, 13 de julho de 2012

Missionários Católicos x missionários do mundo



    Meus queridos irmãos e irmãs nós estamos vivendo um período de intensa missionariedade, mas não é missão da Igreja para o mundo é ao contrário, são os missionários do mundo dentro da Igreja. Esta é a realidade, a triste realidade, que nós vivemos hoje em dia. O Papa Bento XVI quando veio ao Brasil para a reunião do Episcopado Latino-Americano em Aparecida, ele lançou um brado, um grito de uma missão continental, nós precisamos ser discípulos de Cristo e por ser discípulos-missionários precisamos mudar, mudar esse mundo, precisamos transformar um mundo pagão, sem fé, sem esperança, desesperado, num mundo de cristãos, de pessoas que realmente seguem ao nosso Senhor Jesus Cristo e que estão dispostos a dar sua vida pela verdade de Cristo, e pelo seu evangelho, essa é a verdadeira missão, e é isso que nosso Senhor Jesus Cristo pediu, ele antes de subir aos céus disse:

“Ide pelo mundo inteiro, pregai o evangelho a toda criatura, batizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.”
    Foi isso que fizeram os apóstolos, que atravessaram os mares, que deram suas vidas, derramaram sangue, para converter as pessoas e transformá-las em Cristãos.

    No entanto, se São Paulo estivesse na Igreja de hoje, um desses missionários do mundo moderno iria tentar dissuadi-lo de sua missionariedade. O que é que faz o missionário do mundo moderno, a primeira coisa ele convence você de que todas as religiões são boas. Quando São Paulo pôs os pés na Europa na primeira Igreja Européia, ou seja, a primeira comunidade cristã Européia que ele fundou em Filipos, se ele tivesse encontrado um desses missionários mundanos o missionário mundano talvez tivesse dito assim para São Paulo:
 
“Paulo, para com isso, deixa de imperialismo religioso rapaz, aqui na Europa nós já temos a nossa religião. Você tem que nos respeitar, olhe aqui: estamos aqui na periferia de Corinto, prestando nosso culto ‘pagãozinho’, é um culto sincrético, é meio judaico, meio macumba, meio tudo, e olhe aqui, nós somos felizes e contentes, e vem você aqui nos incomodar, porque que você vem nos trazer esse Jesus Cristo com a cruz dele, ninguém quer cruz hoje em dia, você tem que se adaptar a nossa mentalidade por que nós somos o império romano nós já temos a nossa cultura, você afinal das contas tem que respeitar a nossa cultura milenar Paulo, para com isso! Pra que é que você vem mudar a nossa cultura.”

    É esse o primeiro passo do missionário do mundo dentro da Igreja, é conseguir apagar, conseguir matar a missionariedade dos verdadeiros Cristãos, aqueles que foram como Paulo, atropelados pelo amor de Cristo na via de Damasco, no caminho do seu pecado Paulo encontrou Jesus e fez uma experiência Eclésia, Paulo experimentou, que Jesus, ressuscitado, nos céus, estava vivo aqui na história, numa Igreja, na Igreja católica, “Saulo, Saulo, por que me persegues?”  ou seja: Saulo, esses homens, essas mulheres, esses fieis católicos que você coloca na prisão, eles são membros do meu corpo, quando você os persegue é a mim que você persegue. São Paulo fez essa grande experiência que Jesus estava vivo, e então, por este amor do Cristo vivo, que deu a vida por ele, ele atravessou o mundo.

   “Caritas Christi Urget Nos”, O amor de Cristo nos impele (2Cor 5, 14), pelo fato de que um morreu por nós, ele morreu por nós, o mundo precisa saber disso, e isso levou São Paulo a converter povos inteiros, a Europa Cristã viveu, esses 2000 anos de história porque homens como Paulo creram, e creram verdadeiramente que a cultura pagã precisava ser mudada, e que o mundo não sendo cristão estava ruim, precisava ser melhorado, nós precisamos transformar o coração das pessoas e tirar delas o paganismo, a falta de fé, a apostasia, a falta de fé reta, a heresia e tudo quanto.

    Era essa convicção dos primeiros cristãos, mas não é isso que vivemos hoje em dia, nós vivemos hoje em dia um “deixa estar” perdemos o élan missionário, esta é a primeira realidade, esta é a primeira má notícia, nós não somos verdadeiramente missionários, nós não queremos que as pessoas sejam católicas, por uma razão muito simples, já não estamos convencidos que ser católico é uma coisa boa, já não estamos convencidos da maravilha que é pertencer a este corpo de Cristo, um corpo que vive e atua na história da humanidade ao longo dos séculos.
 
    Nós que experimentamos o amor de Cristo, que sabemos do amor de Cristo por nós, precisamos reavivar a chama desse amor e partir como missionários. Mas a primeira terra de missão, na qual nós devemos pôr os nossos pés é nosso próprio coração, nós precisamos ser gente melhor, nós precisamos realmente crer que existe paganismo e existe mundo dentro de mim, e que eu devo converter o pagão, que eu devo trazer o apóstata de volta a fé, que eu devo corrigir a fé do herege que está dentro de mim, e que eu devo me adaptar à fé dos apóstolos à fé da Igreja de 2000 anos, que eu devo está na fidelidade da Igreja de Jesus Cristo, ao Santo Padre e ao exemplo de tantos Santos e Santos de Deus ao longo dos séculos, essa é a nossa missão primeira, mas nada disso  é o que está acontecendo, o que nós estamos vendo é exatamente o contrário, nós estamos vendo uma horda de missionários mundanos dentro da Igreja, veja só, nos bancos de nossas Igrejas e o que é pior, as vezes nos púlpitos de nossas Igrejas, o que é pior ainda as vezes nas cúrias, nas chancelarias, nos organismos, nas assembléias, nas instituições da nossa Igreja nós vemos pessoas que se tornaram verdadeiros missionários do mundo dentro da Igreja, ou seja, tudo quanto é mentalidade pagã, mundana, não cristã, moderna precisa ser implantada dentro da Igreja Católica, gente que não sai de sua cadeira para incomodar ninguém nas suas casas, eles não batem na portas das pessoas e diz:


“meu irmão você gostaria de ser Católico? Largue o paganismo, venha ser cristão, converta-se! Creia no evangelho e siga o exemplo dos Santos e da Igreja de 2000 anos.”
    Nada disso, jamais essas pessoas fariam isso, no entanto essas pessoas que não saem como missionárias nas ruas e nas casas, são capazes de exercer um apostolado assíduo e verdadeiramente às vezes heróico, dentro da própria Igreja para mudar a sua mentalidade.
Se você é católico fiel, se você crer no catecismo da Igreja Católica, se você crer naquilo que é o ensinamento do Santo Padre, se você crer naquilo o que Nossa Senhora diz nas suas aparições é verdadeiro, se você quer comungar todos os dias, confessar com freqüência, participar da missa, rezar o seu santo terço, fazer penitência, jejum, rejeitar o pecado, abraçar a verdadeira conversão e a vida que os Santos viveram, se você crer nisso, saiba: você será incomodado. Você será incomodado por esses missionários do mundo, os missionários do mundo dentro da Igreja vão começar com o apostolado do “deixa disso”: “não, para com isso, não seja radical, não seja radical.

    Ou seja, nesse mundo que nós estamos agora, o cara só pode ser radicalmente ruim, entendeu? Ou seja, lá, no prostíbulo, lá eles podem ser radicalmente devassos. Na boca do fumo eles podem ser radicalmente viciados. Nas passeatas de orgulho gay eles podem ser radicalmente ditadores. Agora você cristão:


“não... você tem que ser moderado, para de radicalidade, deixa de exagero meu irmão. Porque que você fica se torturando, abraçando a cruz, fazendo penitência, para com isso, Deus é misericórdia, Deus  é bonzinho, Deus não condena ninguém. Aceite, não seja diferente dos outros, seja igual a todo mundo, porque que você tem agora que inventar um catolicismo diferente dos outros?”
    Está é a pregação do missionário do mundo dentro da Igreja, o missionário do mundo quer que você na verdade renuncie a fé, de forma imperceptível, você faça na verdade uma apostasia, o que é apostasia: é você ir perdendo a fé pouco a pouco, até que finalmente você já não tenha fé nenhuma e ai a apostasia está completa.
 
    Mas como é que a pessoa perde a fé hoje em dia? É muito simples, não se trata de pegar o Deus verdadeiro manifestado em Jesus Cristo e deixar com que ele seja substituído pelo vazio do nada, não, Você pega Jesus verdadeiro e substitui por um Jesus falso, por um Jesus adaptado aos seus gostos e as suas cores, não um Jesus que pede para você renunciar a você mesmo, fazer mortificação, pegar a sua cruz e segui-lo, mas um Jesus paz e amor, um Jesus legal, que aceita todo mundo, que inclui todo mundo, um Jesus que faz passeatas da tolerância e da aceitação de qualquer tipo de mundanidade e maluquice. Se as pessoas são malucas, prostituídas, se as pessoas são drogadas, se destroem, se as pessoas andam vivendo todo tipo de devassidão e pregando todo tipo de direito, contrário ao evangelho, não tem problema, Jesus aceitaria todo mundo, porque Jesus é paz e amor bicho, entende? Esse é o Jesus falso.

    Portanto você já não crer em Jesus, você já não crer na fé de 2000 anos da Igreja, você não crer na fé dos Papas, você não crer no catecismo, você não crer naquilo que os Santos creram, se você for comparar o Jesus desses missionários do mundo com o Jesus dos Santos, Jesus no qual creu Santa Terezinha, São João Bosco, São Padre Pio de Pietrecina, o bem aventurado João Paulo II, se você for comparar o Jesus da Igreja de 2000 anos com esse novo Jesus do mundo moderno você verá que não se trata mais da mesma religião.

    Vejam, existem duas formas de acabar com o cristianismo: uma é pegar todos os cristãos colocar em campos de concentração e matá-los um por um, essa forma se demonstrou ineficaz, onerosa e contra producente. Agora eles abordaram e tem um novo método, o novo método é mandar missionários do mundo dentro da Igreja, e é interessante o ardor missionário dessas pessoas, porque elas têm tanta energia interna? Porque elas têm tanto ardor missionário? Por uma coisa chamada ódio do apóstata, o Cardeal Ratzinger ele alertou-nos para isto, ele uma vez pregou num retiro para os padres, este retiro está publicado como livro, e o livro chama-se “Guardare Cristo”, o que o cardeal Ratzinger nos diz nesse livro, que existe um verdadeiro ódio do apóstata, como ele descreve o ódio do apóstata, é o seguinte: o apóstata é um sujeito que se acha cristão, mas que achou uma adaptação do cristianismo, ou seja, ele pisou em cima de sua própria consciência, e fez uma versão mais fácil do cristianismo.
    Jesus diz assim:
    “quem olhar para uma mulher desejando-a em seu coração comete adultério com ela.”
    O apóstata olha para essa página do evangelho em Mateus 19 e diz assim:
    “Não, isso aqui é muito radical, na verdade isso aqui é um acréscimo da comunidade primitiva, Jesus não ta pedindo nada disso, Jesus é um Deus de amor, ele não vai nos castrar, Jesus não vai nos impedir de exercer, a sexualidade. Isso aqui é o puritanismo da comunidade primitiva, Jesus não disse isso.”
Quando Jesus chega e diz:
Quem quiser me seguir renuncie a si mesmo e pegue sua cruz.”
O missionário mundano chega e diz:
“Não, não é nada disso, isso ai é uma visão dolorista, isso é uma visão pessimista, masoquista do cristianismo, Jesus não pediria a cruze a dor para ninguém, na verdade a cruz não tem esse significado, a cruz é simplesmente uma derrota, Cristo foi derrotado, mas agora nossa causa, a causa de Jesus continua viva dentro nós e é por isso que ele continua ressuscitado por que nós estamos lutando por mundo melhor junto com ele”.

    E assim vão acontecendo essas várias adaptações que eu estou aqui apenas exemplificando. Você cria um jeito adaptado do cristianismo onde as exigências do cristianismo são sempre pros outros, os outros é que tem que  viver uma mudança, agora você que está adaptado a uma vida de pecados a ao mundo moderno não precisa mudar, você simplesmente tem que ser feliz, este é o apóstata.

    O apóstata ele necessariamente fica incomodado quando vê um cristão fiel, e é ai  que nasce a gasolina desses missionários do mundo moderno, ou seja, essas pessoas que estão dentro da Igreja e abandonaram a fé católica, a fé de 2000 anos, elas sentem um élan um apelo missionário, elas precisam incomodar e mudar você católico conservador, você católico que continua crendo no catecismo, seguindo Bento XVI, amando o Papa e seguindo o exemplo dos Santos, se você faz isso você está incomodando, sabe porque?

O Cardeal Ratzinger nos diz:
“Porque essa pessoa, esse apóstata fez uma violência contra si mesmo, ele fez uma violência na sua consciência e pisou na sua consciência para impor essa nova versão de cristianismo, um cristianismo mais adaptado, e você agora está segurando o espelho para ele, você está mostrando para ele tudo aquilo que ele foi e que no fundo, no fundo, ainda é dentro dele, mas que ele sufoca, você está despertando a consciência da pessoa, por isso ele odeia o que você é e fará de tudo para mudar a sua mentalidade.”
    Essas pessoas que não são capazes de gastar 1 grama de energia para converter um pagão, mas elas gastam rios de tinta, de horas de televisão, de horas de pregação, de documentos, de reuniões, para que? Para planejarem como eles vão fazer para impedir que você seja católico, ou seja que você seja o católico que ele foi, mas que agora ele matou dentro de si. Eis ai, eis ai o missionário do mundo moderno.
Nós temos a mundanidade entrando dentro da Igreja através desses homens e mulheres que se empenham que gastam suas vidas e uma energia tremenda para fazer com que o católico não seja católico e a Igreja perca a sua identidade original.

    Como nós podemos reagir diante disso tudo?

    Em primeiro lugar meus queridos, nós temos que notar a doença, o primeiro passo para a cura do doente é esse, é o passo de quem está consciente de que a Igreja vai mal, ou seja o Papa Bento XVI ao lançar o grito de missionariedade, para um apelo de misisonariedade para a Igreja da America latina, como uma grande missão continental, o Papa Bento XVI quer de nós, antes de tudo, que nós sejamos verdadeiros discípulos, o documento de Aparecida, quando ele usa esse binômio discípulo-missionário fez uma coisa muito acertada, ou seja, a primeira terra de missão onde nós pomos nossos pés somos nós mesmo.
Ou seja, se você quer mesmo ser um verdadeiro missionário você tem que entender que em primeiro lugar você deve ser discípulo, ou seja, se converter, mudar a sua mentalidade, mas não se adaptar a mentalidade do mundo moderno, deve se adaptar a mentalidade dos Santos, deve se adaptar a mentalidade da Igreja de 2000 anos, deve se adaptar ao evangelho de Cristo, e então nesse esforço de conversão eu me faço missionário para converter os outros. É mais ou menos como aquele alcoólatra que no esforço de sair do alcoolismo quer ajudar outras pessoas a saírem do alcoolismo também, então ai nós somos verdadeiros missionários, ai nós somos verdadeiramente homens e mulheres que discípulos de Cristo tornam-se sal da terra e luz do mundo como, aliás, é o títulos dos 2 grandes livros de entrevista do Papa Bento XVI.

    A Igreja precisa recuperar o sabor do sal, porque o sal que perde o seu gosto não serve senão para ser pisado, precisa colocar novamente a luz no candelabro, porque ninguém acende uma luz para colocá-la debaixo de um alqueire, assim meus irmãos nós precisamos recuperar a nossa missionariedade, precisamos entender que o mundo não está cochilando, o mundo não está perdendo tempo, ele está enviando missionários e missionárias dentro da Igreja para ganhar espaço dentro da Igreja, e assim transformar a nossa Igreja cada vez mais num organismo mundando, como uma série de pessoas que no fundo, no fundo não querem se converter e não querem mudar de vida.

    Nós, para invertermos essa tendência precisamos em primeiro lugar nos dá conta disso, eu sou o primeiro a mudar, discípulo, e assim tentando mudar o meu coração me faço missionário, São Paulo foi tomado por este amor de Cristo “Caritas Christi Urget Nos” dizia São Paulo, o amor de Cristo nos impele, ou seja, o fato de que Cristo morreu por nós que ele se deu na cruz por nós deve nos levar a proclamar essa notícia a todas as pessoas:


“Que infeliz é o pagão que não conhece isso, que infeliz é aquela religião que ainda não sabe do amor de Cristo, que infeliz é o homem e a mulher que não receberam a luz do evangelho, mas moram ainda nas trevas da ignorância, e que não experimentaram ainda o amor de Deus como nós cristãos podemos experimentar.”
    Se nós nos dermos conta da grandeza que é o amor de Deus e quanto o amor deve se difundir e se espalhar pelo mundo inteiro nós seremos missionários, mas enquanto estivermos com a má consciência achando que “ah nós cristãos já causamos muitos males ao mundo e que no fundo, fundo foi a missionariadade que fez guerras religiosas e transformou o planeta num caos.” Se nós continuarmos com esse complexo, achando que o cristianismo só veio trazer desgraça a este planeta nós caímos na armadilha dos nossos inimigos, ou seja, é isso exatamente que eles querem, eles querem nos amarrar, e achar que todas as vezes que nós somos missionários, nós na verdade somos inquisidores e exploradores  dos outros, que nós estamos querendo impor a nossa fé, somos imperialistas religiosos, estamos desrespeitando as pessoas.

    Nós cristãos precisamos novamente voltar ao apelo inicial do evangelho e compreender que ser missionário não é matar para converter as pessoas, mas é morrer para que elas recebam o amor de Deus, e assim dando provas desse amor, morrendo também nós, amando essas pessoas, haverá conversões, sim, porque os sangues dos cristãos sempre foi semente de novos cristãos.

    Se nós hoje não somos missionários é porque também não somos mártires, e se a Igreja dos primeiros séculos foi uma Igreja que cresceu de uma forma galopante é porque era regada pelo sangue daqueles que não mediam esforços para converter e trazer a luz da fé aqueles que estavam afastados.


Paz e Bem irmãos e irmãs.
Até breve.

Um comentário:

  1. Ser Discípulo-Missionário realmente é tarefa que exige habilidade e prudencia doutrinária. Sabias palavras!

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